Recomendações da ACAP ao Governo apresentadas no estudo "Avaliação das Políticas de Promoção de Veículos Eléctricos na Europa", no decurso do Mobi Summit
A presente década trouxe grandes desafios ao Sector automóvel em virtude do Fit for 55, o plano legislativo apresentado pela Comissão Europeia, que vem definir um conjunto de metas que visam atingir a neutralidade carbónica em 2050. desde à construção de uma vasta.
As medidas presentes neste Pacote Legislativo vêm trazer grandes desafios, desde a construção de uma rede de postos de carregamento, à reconversão da mão de obra do sector.
Na Conferência organizada pela ACAP, no Portugal Mobi Summit, Petr Dolejsi, Director de Mobilidade Sustentável da ACEA, defendeu que para o sucesso do Fit for 55, há a necessidade de um esforço conjunto, porque “num cenário complexo, nenhuma legislação pode funcionar de forma isolada”.
Um dos grandes desafios que este pacote legislativo trouxe a nível europeu é a implementação de uma infraestrutura de carregamento igualitária, visto que muitos dos postos de carregamento estão em três países apenas – Países Baixos, França e Alemanha, “que representam 23% do total de pontos de carregamento na EU” Para além desta dificuldade, o Fit for 55, define que em 2030 existam 3,5 milhões de carregadores públicos, ou seja “um aumento de 27 vezes em apenas nove anos”.
Tendo em vista estes desafios, a ACAP promoveu a elaboração de um estudo que efectuou uma análise de benchmark das actuais políticas de promoção de veículos eléctricos.
O objectivo do estudo foi o de apurar as melhores políticas, a nível europeu, e propor oportunidades de melhoria nas políticas de electrificação em Portugal. Os resultados do mesmo foram apresentados no Portugal Mobi Summit.
O estudo revelou que Portugal necessita de melhorar a sua actuação, através da criação de metas concretas e especificas com prazos detalhados para assegurar a concretização dos objectivos definidos pelo Fit for 55. Dessa forma, a ACAP propõe:
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A definição de uma estratégia coesa e clara com metas mensuráveis para a introdução de uma frota elétrica e para o desenvolvimento da rede nacional de pontos de carregamento;
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O reforço dos incentivos aos veículos elétricos no âmbito do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência, propondo-se a criação de regimes de apoio, que face ao atual período de recuperação económica contribuiriam, para acelerar a descarbonização do setor dos transportes e apoiar a competitividade nas empresas;
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A criação de um programa de financiamento direto diferenciado e duradouro para estimular as vendas de veículos com emissões zero em Portugal;
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A implementação de um programa de incentivo à renovação do parque automóvel por uma frota mais sustentável, através de medidas de incentivo ao abate automóveis em fim de vida;
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O aumento e simplificação da aplicação de incentivos fiscais para facilitar a transição para a mobilidade sustentável e estimular o mercado automóvel.